A estratégia corporativa ambiental, social e de governança (ESG) tem se concentrado nos últimos anos no combate à mudança climática, colocando o aspecto ambiental como uma questão de maior prioridade acima da esfera S ou G. Na próxima década, novos desafios deverão entrar em jogo, colocando uma nova encruzilhada para as empresas que devem analisar esses desafios com antecedência a fim de atingir suas metas de sustentabilidade.
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Previsões para este ano
2020 marcou a entrada na chamada “década de ação” ou “era de fazer ou quebrar“. O que for feito nesta década será decisivo, com o resultado final potencialmente levando ao sucesso ou ao fracasso. Questões como a crise da biodiversidade, a mudança climática e a desigualdade social não terão retorno nos próximos 10 anos. De uma perspectiva empresarial, gerenciar os múltiplos desafios em sustentabilidade envolve “definir o propósito, o financiamento, a governança e a gestão interna, a resiliência e as oportunidades”, como aponta Germán Granda, CEO da Forética.
De acordo com o novo relatório de risco global do Fórum Econômico Mundial, os riscos que mais aumentaram desde o surgimento da COVID-19 estão concentrados em questões sociais e ambientais. Nos próximos dois anos, os riscos que terão o maior impacto serão os seguintes:
- erosão da coesão social
- crise de subsistência
- fracasso da ação climática
- deterioração da saúde mental
- clima extremo
Tendências da ESG
1. Clima
A cadeia de fornecimento toma o centro do palco e mais transparência é exigida dos fornecedores, já que alcançar zero emissões nesta parte do negócio requer mais monitoramento e relatórios. Em termos financeiros e de investimento, para ir mais longe na redução de emissões, serão criados benefícios ambientais através de medidas climáticas positivas. Além disso, as empresas que desejam uma carteira descarbonizada (net zero) irão se desfazer de projetos poluidores onde não existem outras opções. De acordo com as previsões da Spainsif, “na medida em que governos e supranacionais emitem títulos para pagá-los, eles poderiam impulsionar uma expansão em larga escala do mercado de títulos verdes” para financiar ações climáticas.
2. Ver ESG não por acrônimos separados
O relatório da S&P Global destaca que não faz sentido levar os conceitos de ESG separadamente ou isoladamente porque eles estão interligados, com S, E e G todos sobrepostos. Por exemplo, as estratégias de transição climática abrangem cada vez mais as questões sociais. É por isso que falamos de uma transição verde inclusiva, ou seja, gerenciar a mudança com políticas climáticas que não comprometam a saúde das comunidades mais vulneráveis ou que prejudiquem exclusivamente certas comunidades. A boa governança corporativa também significa, em última análise, expandir as exigências e o escopo do ESG.
3. Tornar o conceito ‘ESG’ viral
Os termos usados para falar de ESG precisam ser homogêneos para evitar o greenwashing, ou “lavagem verde”. Isto é feito através de regulamentação e rotulagem correta. A regulamentação permite um nível de convergência, embora devido às diferentes prioridades em nível regional tenha maior fragmentação. A utilização correta das normas da ESG e a consideração de suas limitações – o que elas incluem e o que não incluem – também devem fazer do ESG um fenômeno viral
Tendências da Responsabilidade Social Corporativa (RSC)
Biodiversidade: o grande esquecido no mundo corporativo
As empresas precisam começar a colocar a biodiversidade no centro de sua estratégia de RSC, incluindo mais soluções baseadas na natureza em seus investimentos e projetos. Para atingir este objetivo, deve-se levar em conta uma visão holística de como os ecossistemas funcionam na natureza e devem ser desenvolvidos projetos que contribuam para tornar ambientes resilientes, auto-reguladores e autônomos que contribuam para deter a perda da biodiversidade.
Compromisso social
O desenvolvimento do lado social dos negócios se tornará uma prioridade. Como mostram as previsões do Fórum Econômico Mundial, é o lado social que tem sido mais afetado pela pandemia neste momento. A Forética recomenda direcionar a ação empresarial para a saúde e a sustentabilidade: “com foco na saúde mental, reforçando a capacidade de gerar competitividade nas organizações através da gestão de talentos com o objetivo de alcançar uma transição justa dos mais vulneráveis em termos de empregabilidade em direção ao futuro do trabalho e fortalecer o papel das empresas na transformação social diante do desafio colocado pelas lacunas de desigualdade”.
Isto também é influenciado pela governança corporativa, como mostrado no diagrama abaixo:
Uma questão de confiança
Um problema refletido no Barômetro Edelman Trust é a falta de confiança nas empresas, nos governos e na mídia como atores comprometidos na luta contra a mudança climática. Isto reflete o fato de que os cidadãos não vêem um compromisso real com a ação climática por parte dos decisores coletivos. Restabelecer a confiança e transmitir mensagens consistentes e transparentes é “cada vez mais central nas relações com as partes interessadas”, de acordo com a análise da Forética de 2022.
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