No mundo dinâmico da apresentação de relatórios corporativos, as normas IFRS S1 e S2 surgem para promover o progresso em direção à transparência e responsabilidade no caminho da sustentabilidade.
Com a implementação da IFRS S1, centrada nas divulgações gerais de sustentabilidade, e da IFRS S2, centrada nas divulgações relacionadas com o clima, as organizações enfrentam o desafio de adaptar as suas estratégias de relato para cumprir estas normas emergentes.
Este artigo procura desmembrar e explicar as novas normas, fornecendo uma análise profunda da estrutura, dos objetivos e do impacto que terão na apresentação dos relatórios de sustentabilidade globais.
Introdução às Normas de Sustentabilidade IFRS
As Normas de Sustentabilidade IFRS, especificamente as IFRS S1 e S2, constituem um marco na forma como as organizações comunicam o seu desempenho em sustentabilidade.
Com o anúncio da criação do International Sustainability Standards Board (ISSB) pelos curadores da IFRS Foundation na COP26 em 3 de novembro de 2021 e a subsequente emissão destas normas em 26 de junho de 2023, abriu-se uma nova era de divulgações relacionadas para a sustentabilidade nos mercados de capitais globais.
Estas normas refletem um compromisso crescente com a responsabilidade e a transparência, oferecendo um enquadramento para que as empresas reportem sobre os principais aspetos da sustentabilidade de uma forma coerente e comparável.
O que é a IFRS? Uma visão geral
A Fundação IFRS é uma organização sem fins lucrativos que se dedica ao desenvolvimento de normas confiáveis e divulgações de sustentabilidade que sejam de alta qualidade, compreensíveis, aplicáveis e aceitas globalmente.
Através dos seus dois organismos que estabelecem normas, o Conselho Internacional de Normas de Contabilidade (IASB) e o Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade, a Fundação IFRS tem desempenhado um papel crucial na harmonização das práticas de relato financeiro e na sustentabilidade global.
A evolução dos padrões de sustentabilidade nas IFRS
A adoção das IFRS S1 e S2 é reflexo da constante evolução no ambiente de sustentabilidade corporativa. Estas normas não só respondem à crescente procura de informação relevante e confiável sobre sustentabilidade, mas também estabelecem um novo precedente para a apresentação de relatórios nesta área.
A IFRS S1 estabelece os requisitos gerais para a divulgação de informação financeira relacionada com a sustentabilidade, enquanto a IFRS S2 centra-se nas divulgações específicas relacionadas com o clima, enfrentando um dos desafios mais urgentes do nosso tempo.
IFRS S1: Normas Gerais para Divulgação de Sustentabilidade
A IFRS S1 introduz um conjunto de normas essenciais para a divulgação de informação de sustentabilidade, marcando um avanço significativo na forma como as empresas reportam as suas atividades e o seu impacto na sustentabilidade.
Esta norma responde à crescente procura de informação transparente e confiável relativa à gestão de temas relacionados com a sustentabilidade pelas organizações.
Descrição Geral da IFRS S1
A IFRS S1 centra-se em requisitos gerais para a divulgação de informação relacionada com a sustentabilidade financeira, proporcionando um enquadramento para as empresas reportarem de forma coerente sobre impactos e atividades sustentáveis.
Esta norma aborda uma ampla gama de tópicos, desde considerações ambientais até sociais e de governança, e foi projetada para ser aplicável a todos os tipos de organizações, independentemente do seu tamanho ou setor.
Os Principais Componentes e Objetivos da IFRS S1
Os principais componentes da IFRS S1 incluem a identificação e divulgação de informação material relacionada com a sustentabilidade, a avaliação das atividades de sustentabilidade de uma empresa e os seus impactos, e a apresentação de como a sustentabilidade afeta as estratégias, os modelos de negócio e a tomada de decisão de uma empresa.
Os objetivos desta norma são garantir que as empresas forneçam informação relevante e comparável sobre sustentabilidade, facilitando, aos investidores e stakeholders, a tomada de decisões com base numa avaliação completa da sustentabilidade de uma empresa.
O Impacto da IFRS S1 na Apresentação de Relatórios
O impacto da IFRS S1 na apresentação de relatórios é significativo, uma vez que estabelece uma nova norma para a divulgação de informação de sustentabilidade. Com foco na relevância e materialidade, promovendo as empresas a considerarem a sustentabilidade como fator integrante da sua estratégia geral e operações diárias. Isto não só melhora a qualidade e transparência da informação prestada, mas também reforça a responsabilidade corporativa, incentivando as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis e éticas.
IFRS S2: Divulgações Relacionadas ao Clima
A IFRS S2 representa um passo à frente na padronização das divulgações relacionadas com o clima, proporcionando às empresas um quadro detalhado para reportar o impacto e a gestão dos riscos e oportunidades relacionados com o clima.
Esta norma procura melhorar a qualidade e consistência da informação prestada, facilitando às partes interessadas, bem como aos investidores e reguladores, a compreensão do desempenho climático de uma organização.
Visão Geral do IFRS S2
A IFRS S2 estabelece diretrizes específicas para as empresas reportarem como o clima afeta as suas operações e estratégias, bem como como as suas atividades impactam o clima.
Esta norma inclui riscos físicos, como eventos meteorológicos extremos, bem como riscos transitórios, que incluem mudanças de legislação, tecnologia e preferências de mercado em resposta às alterações climáticas.
Ao fornecer um quadro estruturado para estas divulgações, a IFRS S2 ajuda as empresas a integrar considerações climáticas no seu planejamento e relatórios financeiros.
Elementos-chave da norma IFRS S2
Os elementos-chave da IFRS S2 incluem a identificação e avaliação dos riscos e oportunidades climáticas, a estimativa do seu impacto financeiro e a divulgação de estratégias e ações para gerir esses riscos e aproveitar as oportunidades.
Além disso, a norma enfatiza a importância da governança e da gestão dos riscos climáticos, bem como a necessidade de um compromisso claro e assegurado da alta gestão com a sustentabilidade climática.
Estas disposições garantem que as divulgações sejam mais do que uma mera lista de riscos, convertendo-as num componente integral da estratégia e operações corporativas.
Como a IFRS S2 transforma informações sobre o clima
A IFRS S2 não só aumenta a transparência e a consistência das divulgações climáticas, mas também promove as empresas a adotarem um enfoque mais proativo e estratégico nas alterações climáticas.
Exigindo uma avaliação detalhada do impacto climático e das respostas de uma empresa, esta norma motiva as organizações a integrarem a sustentabilidade no seu núcleo operativo e estratégico. Isto, por sua vez, torna mais fácil para os investidores e outras partes interessadas fazerem avaliações mais informadas e tomarem decisões baseadas numa compreensão profunda das práticas de sustentabilidade da empresa.
Benefícios e desafios da implementação das IFRS S1 e S2
A adoção das normas IFRS S1 e S2 traz consigo benefícios significativos, mas também desafios únicos para as organizações.
Estas normas representam um grande passo frente à regulamentação das divulgações sobre sustentabilidade e clima, mas a sua implementação requer uma cautela e estratégia.
Prós da adoção das IFRS S1 e S2
A implementação das IFRS S1 e S2 traz consigo vários benefícios, por exemplo:
- Melhorar a transparência e a comparabilidade das informações sobre sustentabilidade, o que permite aos investidores e outras partes interessadas tomarem decisões mais informadas.
- Estas normas ajudam as empresas a identificar e gerir riscos relacionados com a sustentabilidade e o clima, melhorando assim a resiliência a longo prazo.
- Ao adotar as IFRS S1 e S2, as organizações também podem fortalecer a sua reputação e credibilidade no mercado, demonstrando um compromisso genuíno com práticas sustentáveis e responsáveis.
Desafios para a Implementação das Normas de Sustentabilidade IFRS
No entanto, a implementação das IFRS S1 e S2 não está isenta de desafios.
Um dos principais desafios é a necessidade de adaptar os sistemas de informação e comunicação existentes aos novos requisitos. Isto pode exigir investimentos significativos em tecnologia e mão-de-obra.
Além disso, as empresas devem navegar pela complexidade da integração de considerações de sustentabilidade e climáticas nas suas estratégias e operações comerciais, o que pode ser um processo que consome tempo e recursos.
Finalmente, existe um desafio inerente à interpretação e aplicação das normas, especialmente em áreas onde as orientações podem ser menos prescritivas, o que requer um julgamento cuidadoso por parte da empresa.
Conclusão
As normas IFRS S1 e S2 introduziram uma mudança significativa na forma como as empresas abordam o reporte das divulgações sobre sustentabilidade e clima.
A IFRS S1 estabeleceu uma estrutura robusta para divulgações gerais de sustentabilidade, enfatizando a importância da transparência e a relevância da informação reportada.
Por seu lado, a IFRS S2 aprofundou-se especificamente nas divulgações relacionadas com o clima, destacando a urgência de enfrentar os riscos e oportunidades climáticas no âmbito da estratégia empresarial.
Juntos, esses padrões não apenas elevaram o padrão de reporte em sustentabilidade, mas também fortaleceram a responsabilidade corporativa e a gestão de riscos, beneficiando empresas, investidores e a sociedade em geral.
Olhando para o futuro, é evidente que a divulgação sustentável continua a evoluir sob a égide das normas IFRS. Com o foco crescente na sustentabilidade e nas alterações climáticas, é provável que vejamos uma maior integração destas considerações em todas as áreas de relatórios empresariais.
Além disso, a adoção geral destas normas a nível global poderia trazer consigo uma maior harmonização das práticas de comunicação de informações, criando comparações precisas e decisões mais informadas por parte das partes interessadas.
Finalmente, as normas IFRS S1 e S2 são apenas o início de um caminho para uma maior responsabilidade e transparência corporativa no ambiente de sustentabilidade, marcando a direção para futuras inovações e melhorias neste campo.
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