Os profissionais de sustentabilidade empresarial e responsabilidade social das empresas estão familiarizados com as normas ou padrões de sustentabilidade, que ajudam as empresas a elaborar seus relatórios anuais. Estas normas têm como objetivo oferecer uma linguagem comum para relatar os impactos ambientais, sociais e de governança das corporações.
Neste artigo queremos apresentar as principais diretrizes de sustentabilidade vigentes no mundo para que as empresas demonstrem seus critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) em seus relatórios para investidores e outros grupos de interesse.
O que é som os padrões de sustentabilidade empresarial?
Uma norma de sustentabilidade é aquela que ajuda as empresas e organizações a demonstrarem o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável nas dimensões social, trabalhista e ambiental, tendo em vista os diferentes indicadores de desempenho, e que permitem analisar e fixar os objetivos vinculados à estratégia corporativa.
Quais são os principais padrões de sustentabilidade?
GRI
O Global Reporting Iniciative (GRI) é a principal norma para elaboração de relatórios públicos de sustentabilidade na União Européia. Se definem como um catalisador de mudanças para ajudar com que as organizações sejam transparentes e assumam a responsabilidade de seus impactos para impulsionar um futuro sustentável.
Ele surgiu em 1997, em Boston, decorrente da necessidade de se aumentar a responsabilidade das corporações para gerir os impactos causados pela catástrofe ambiental do navio petroleiro Exxon Valdez, ocorrida em 1989.
Em 2000 foi publicado o primeiro padrão para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, as normas GRI 1, que até 2013 contava até com a versão GRI 4. Em 2016 a GRI publicou novas diretrizes com módulos inter-relacionados em assuntos econômicos, ambientais e sociais (36 ao total) e que as organizações reportam desde 2018. Desta forma, são elencados como normas universais: GRI 101 – Fundamentos; GRI 102 – Conteúdos Gerais; e GRI 103: Abordagens de Gestão.
Como norma de referência, o GRI busca a integração com os demais. Por isto, em 2018, publicou o “Integrando os ODS aos relatórios de negócios: um guia prático” para integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos relatórios. Além disso, o GRI permite que as empresas relatem apenas sobre o que a elas têm relevância.
SASB
O Sustainability Accounting Standards Board (SASB) é uma organização independente criada em 2011 nos Estados Unidos para definir padrões de sustentabilidade para diferentes atividades econômicas. São 77 diferentes normas de sustentabilidade divididas em 11 tipos de negócio. O principal objetivo da organização e das normas é ajudar as empresas a reportar e divulgar a vinculação dos impactos financeiros na gestão da sustentabilidade.
O SASB recentemente anunciou sua fusão com o International Integrated Reporting Council (IIRC), criando a Value Reporting Foundation. A fundação surge para auxiliar as empresas a gerir seus impactos na sociedade e os investidores a conhecerem melhor a gestão dos riscos ESG, através da gestão integral de suas atividades, a dinâmica da estrutura de relatórios integrados e dos padrões SASB.
Os SASB também se comprometem com a integração de suas normas com ao GRI, como pode ser visto nestas cinco recomendações.
TCFD
Em 2017 The Financial Stability Board (TSB) criou o Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), para fomentar uma divulgação maior a respeito do clima. As recomendações de divulgação financeira de TCFD são aplicáveis a qualquer tipo de organização, qualquer que seja o setor econômico ou o país-sede. As recomendações se estruturam em quatro áreas principais: governança, estratégia, gestão de riscos, métricas e objetivos.
Atualmente o TCFD conta com mais de 2300 empresas de 88 países que reportam seu impacto climático segundo as recomendações de divulgação.
Na última reunião do G20 o TSB incentivou as principais economias do mundo a seguirem incentivando o modelo TCFD com o objetivo de promover uma padronização na publicação de impactos relacionados às mudanças climáticas.
IBC Metrics
No Foro Econômico Mundial de Davos de 2020, 120 empresas apoiaram o desenvolvimento de métricas comuns para a criação de valor sustentável. Isso foi feito através de Stakeholder Capitalism Metrics para integrar os critérios ESG (ambiental, social e governança) em seus relatórios a investidores e diferentes grupos de interesse, se vinculando de uma vez por todas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Este padrão surgiu com o objetivo de catalizar a convergência, simplificação e padronização do ecossistema de informação não-financeira.
Conclusões sobre padrões de sustentabilidade
GRI, SASB, TCFD e IBC Metrics são padrões que buscam ajudar as empresas a gerir e relatar seus impactos ESG (ambiental, social e de governança) e fomentar seus compromissos com o desenvolvimento sustentável. Tecnologias como a da APlanet simplificam a gestão da sustentabilidade, ajudando as organizações a integrá-las à sua atividade.
A exigência de informações ESG continuará crescendo. Vamos aproveitar este marco histórico da sustentabilidade para que esta seja a base das estratégias empresariais, ajudando-as a enfrentar os desafios globais.
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